Bernardo
Vieira de Melo (05/02/1658-10/01/714) foi militar e político brasileiro.
Proprietário de terras e rico senhor de engenho. Foi governador e capitão-mor
da capitania do Rio Grande do Norte.no período de 8 de janeiro de 1695 a 14 de
agosto de 1701. Um dos principais
líderes do Senado da Câmara de Olinda. Foi capitão-mor da província de
Igarassu.
Bernardo
Vieira de Melo (1658-1714) nasceu no engenho de sua família, na freguesia da
Muribeca, distrito de Jaboatão, Pernambuco, no ano de 1658. Filho de Bernardo
Vieira de Melo, capitão de ordenança, fidalgo e cavaleiro da Casa Real, e neto
do português Antônio Vieira de Melo, primeiro nobre português que chegou ao
Brasil em 1654.
Militar
de carreira, enfrentou índios revoltados e negros aquilombados. Lutou contra os
indígenas no interior de Pernambuco, na área de Cimbres, onde os proprietários
de engenhos vinham recebendo doação de terras para criação de gado. Naquela
época a região açucareira necessitava de gado, não só para uso agrícola como
também para o abastecimento alimentar.
Bernardo
Vieira de Melo liderou a tropa que lutou contra os indígenas na fase final da
guerra dos bárbaros, em 1694, quando o chefe Canindé avançou em direção ao vale
do Ceará Mirim, ameaçando Natal. Com o apoio do governador de Pernambuco,
venceu Canindé e aldeou os grupos indígenas no vale do Açu e do Apodi.
Foi
designado para participar do último ataque contra o quilombo dos Palmares,
contando com um terço das tropas oficiais. Os quilombolas se encontravam
enfraquecidos desde a capitulação de Ganga-Zumba. Sob a liderança de Zumbi,
haviam reconstruído o mocambo dos Macacos. Depois de mais de vinte dias de
cerco, na madrugada de 6 para 7 de fevereiro de 1695, o quilombo foi destruído.
Ainda
em 1695 foi nomeado governador e capitão-mor da capitania do Rio Grande do
Norte. Em 1696, comandou uma expedição que lutou contra os índios e estabeleceu
os colonos, onde fundou o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, à margem do
rio Açu. Voltando à Olinda, em 1700, com grande prestígio, tornou-se um dos
principais líderes do Senado da Câmara. Em 1709 foi nomeado capitão-mor da
província de Igarassu, Pernambuco.
No
dia 10 de novembro de 1709, Bernardo Vieira de Melo propôs que Olinda se
libertasse do domínio português e que se tornasse uma república aristocrática.
A rivalidade entre "brasileiros" (de Olinda) e "portugueses"
(do Recife) girava em torno da decadência do açúcar, que levara a aristocracia
rural a endividar-se com os comerciantes (mascates), que detinham o monopólio
do comércio de Pernambuco. Apesar de decadente, Olinda era Vila e tinha Câmara
Municipal. Portanto, tinha autonomia em relação a Recife, que era comarca
subordinada administrativamente a Olinda.
A
pressão dos mascates fez com que no dia 19 de novembro de 1709, o rei de
Portugal elevasse Recife à categoria de Vila. No dia 15 de fevereiro de 1710,
foi construído o pelourinho, simbolo do poder municipal. Quando da demarcação
dos novos limites entre as duas vilas, o governador de Pernambuco Sebastião de
Castro e Caldas (pró-mascates) foi alvejado por elementos desconhecidos e fugiu
para Salvador.
Dentro
das normas legais, uma junta presidida por D. Manuel Álvares da Costa, se
instalou no Recife e procurou obter um ponto de equilíbrio entre as duas
facções, o que levou os mascates a se revoltarem. No dia 10 de novembro de
1710, no Senado da Câmara de Olinda, da qual era vereador, Bernardo Vieira de
Melo deu o primeiro grito de República do Brasil. Revoltados com as concessões
de Portugal aos recifenses, os nobres olindenses, liderados pelo Bernardo
Vieira de Melo, invadiram Recife e derrubaram o pelourinho. Eclodiu o conflito
que ficaria conhecido como a Guerra dos Mascates.
Derrotado
o movimento republicano, Bernardo Vieira foi preso e condenado por crimes de
lesa-majestade e inconfidência. Com seus companheiro, foi preso e remetido para
o Forte de São João Batista do Brum, no Recife, e em seguida para a cadeia do
Limoeiro em Lisboa, juntamente com seu filho, o segundo-tenente André Vieira de
Melo.
Bernardo
Vieira de Melo morreu na cadeia, em Lisboa, no dia 10 de janeiro de 1714,
intoxicado pela fumaça de um lampião. Em sua homenagem, seu nome foi dado a
principal avenida do bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco,
onde nasceu, e também foi uma importante avenida de Natal,atual Nevaldo Rocha, capital do Rio Grande do Norte, que governou.
FONTE BIOGRAFIA e INTERNET